segunda-feira, 23 de abril de 2018

Karaokê com violão ao vivo


Utopia urbana

Saio de casa 6h da manhã, pego um ônibus até a estação da CPTM, o percurso é de 40 mim, o ônibus demora mais de uma hora e vem lotado. Aparece uma alternativa, os “lotações”, são carros particulares que transportam quatro ou mais pessoas, sem paradas e por um custo menor. Chego à estação e dirijo-me a bilheteria, passo por um corredor de vendedores gritando: “passagem 3 real”, (o valor é R$4)...
Embarco no trem com uma enxurrada de camelôs, entre eles: pastores evangélicos, ex-drogados fazendo campanha para casa de recuperação, palhaços, repentistas, hip hop do trem, sertanejos, vendedores de acessórios para celulares, doces, salgados, água, refrigerantes, cervejas, carteiras, meias, livros, cortadores de unhas, smonging, escovas de dente, cadeados, etc.
Quando não para, ou anda com velocidade reduzida, chego ao destino em 55 mim.
A área de desembarque e os acessos ao terminal são ocupados por vendedores de rua, montam suas lojas nas calçadas, impedindo a passagem.
Caminho por mais 20 mim até chegar ao entorno do SESC 24 de Maio, o cenário é sempre o mesmo, ruas sujas, calçadas esburacadas, carroças, gente dormindo, paredes pichadas, feira do rolo, barracas de roupas, de bebidas, de jogo do bicho, na praça as “primas”, duas gatas por R$ 35, das 9h às 21h.

Neste mundo, tudo da certo porque o governo não interfere, pois onde ele interfere, as coisas não funcionam ...